Fazes-me querer morrer.

por deception Dom 28 Ago 2011 - 2:38

Somos sangue do mesmo sangue, mas.. As pessoas normais cometem erros, entendem? Os seres humanos, cometem erros graves, muito graves! E não podemos fazer o tempo voltar atrás, agora.. agora eu estou transtornada. Eu estava sossegada, sozinha num lugar onde ninguém me descobrisse, queria espaço porque as pessoas necessitam dele. Tinha acabado de receber um telefonema e estava tudo muito bem. Até que ela veio, e como sempre fez com que me exaltasse, como sempre. Veio do nada, porque apeteceu-lhe. Ela continuava falando, mas os meus ouvidos estavam cheios de a ouvir. Quando a audição ficou esgotada, os meus nervos começaram a aumentar. As minhas mãos tremiam, não havia maneira de as conseguir fazer parar, nem que fosse por um segundo. Ela continuava falando, daí que os meus nervos cansaram de aumentar. Abri a boca e só me saíam coisas menos boas, nem eu gostava do que dizia, doía a dizer. Nem imagino a ouvir. Começou a falar cada vez mais alto. os meus ouvidos, as minhas mãos, os meus nervos, fizeram com que o meu coração começasse a bater de uma forma estranha. Forte, rápida, incontrolável! Eu só conseguia pensar em mal, mal, mal e mal! Estava fracassada de a ouvir, queria acabar com aquilo e com ela de uma vez. O meu cérebro bloqueou e eu não pensei em nada, comecei a agir, não pensei antes. Sentia uma vontade tremenda de fazer tanta coisa, só não sabia o que era. Não suportava, já nem a ouvia direito, a minha visão estava completamente opaca. Não tinha saliva, mas degluti qualquer coisa. O meu corpo fazia aquilo que o meu cérebro descontrolado mandava. Agarrei uma pequena faca que se situava algures no quarto, apontei-lhe e disse que não tinha qualquer problema em enfiá-la nela. Ela afastou-se, e eu comecei a pensar que eu estava louca, doida! Eu não sou mulher para fazer aquele tipo de coisas, mas fi-lo. Apontei a faca mesmo à cara dela, quis tanto enfiá-la, mas não fui capaz. 'Esfaqueei' a parede. Acabei por largar a faca, estava assustada comigo, tinha sido horrível. Ela vem para cima de mim e tenta agredir-me, mas eu apertei-lhe o pescoço com tanta raiva que lhe cortei a respiração durante alguns segundos. Ela caiu lentamente no chão, saltou-lhe sangue pela boca e começou tremendo no chão, como se estivesse possuída. Eu sentia-me porca, ridícula, culpada, louca, devastada, prestes a morrer, magoada comigo e o coração que batia forte, deixou de bater, estava assustada. Chamei-a várias vezes, pedi que se levantasse, pedi que dissesse o meu nome, só para verificar se ela estava bem. Mas parecia mesmo não estar. Eu saí do quarto, para ir buscar água com açúcar e no instante que voltei, ela tinha as mãos na garganta e ameaçou matar-se. Ali, à minha frente, no meu quarto. Eu estava paralisada, tentei dizer-lhe coisas que lhe agradassem, mas não consegui nada. Fui a correr, buscar o telemóvel, quando cheguei, ela tinha apontada à cabeça a faca que eu utilizei. Pediu-me que me afastasse, ou matava-se. Eu não pensei que ela o fosse fazer, cheguei-me e pedi que ela largasse a faca, mas não o fez. Espetou-a, acabou com ela, nem teve tempo de pensar. Eu só vi sangue e sangue. Morri por dentro, já não sei ser eu. Sou culpada de tudo! Sou horrível, um monstro! Eu consegui fazer mesmo com que tudo o que aconteceu de bom, não valesse a pena. Mas porquê? PORQUÊ? Tu fizeste-me querer morrer também.